Não era qualquer doce: Guedes gerencia a Microdosagem, empresa que produz chocolate, cápsulas e produtos desidratados contendo Psilocybe cubensis, conhecido como “cogumelo mágico”, que possui a substância psilocibina. Há demanda, diz ele, para micro (até três cápsulas, de 150 miligramas cada uma) e macrodosagens, procuradas por quem busca uma sensação mais intensa. Entre os clientes, acrescenta, há quem busque os cogumelos para fins recreativos ou terapêuticos. Para Saado, foi “para reiniciar a própria mente”….
Um médico brasileiro ingeriu cerca de cinco gramas de Psolocybe cubensis, hidratou-se e ficou deitado por cerca de 4 horas — só se levantou para ir ao banheiro. A experiência segundo ele o ajudou a organizar as ideias. “Nunca tive preconceito, mas sempre achei que o uso de cogumelos fosse voltado mais para festas.
Guedes e um sócio, gerenciam a Microdosagem, empresa que produz chocolates contendo cogumelos mágicos. Eles cultivam os cogumelos em uma estufa e fazem os produtos. Decidiu se aventurar no consumo e no mercado de derivados dos cogumelos mágicos por volta de meados de 2019, depois de experimentar.
“Se o mercado anda aquecido, muito é porque atualmente há diversos estudos investigando o potencial dos psicodélicos para tratar ansiedade, depressão e dependência química, entre outros quadros, cita o empresário”
No Brasil, os estudos estão concentrados em centros prestigiados como a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). No fim de maio de 2022, o laboratório da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), na Paraíba, foi autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para realizar um estudo pioneiro com a psilocibina para fins medicinais. A psilocibina, informa a Anvisa, está na lista de “substâncias entorpecentes, precursoras, psicotrópicas e outras sob controle especial” e é proibida no Brasil. “A referida espécie não se enquadra como cogumelo comestível, insumo farmacêutico ou medicamento, razão pela qual não cabe a atuação fiscalizatória da Anvisa.”
“A lei proíbe o comércio do princípio ativo dos cogumelos, a psilocibina, mas não torna ilegal a venda dos cogumelos”, diz, confiante (tanto que topou ser identificado e fotografado pelo TAB).