A perícia de alimentos, exceto as realizadas por peritos judicias e ad hoc, é realizada por meio de análise dos alimentos e em decorrência de surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA). Portanto, todos que atuam nas áreas de consultoria de alimentos podem desenvolver técnicas de perícia no seu dia a dia.
As características organolépticas dos alimentos (cor, odor, sabor, textura), dados sobre a origem, condições de manipulação e armazenamento (tempo e temperatura), trazem informações importantes para a elucidação de DTA´s. As informações devem ser sempre anotadas para eventuais laudos.
A foto acima embora chocante, nada mais é do que um pombo frito que é consumido na China.
Entender outras culturas é fundamental para uma boa perícia!por mei
Trata-se de ação indenizatória de danos morais pela lesão de dois dentes molares ao mastigar pizza congelada com um pedaço de metal.
A consumidora recebeu indenização pois conseguiu comprovar os fatos, apresentando nota fiscal de aquisição do produto. A empresa fabricante não conseguiu produzir provas para descaracterizar sua responsabilidade e pagou danos materiais e morais para a autora da ação.
Uma perícia no local poderia apontar prováveis falhas no maquinário ou perda de peças durante a manutenção. A manutenção periódica de equipamentos é fundamental para evitar acidentes e ações na justiça
Trata-se de um recurso em uma ação indenizatória por danos morais pela presença de um corpo estranho em lata de creme de leite. A autora alega profundo abalo moral pois havia consumido parte do produto. Porém a foto juntada aos autos não possibilitou a perfeita análise do produto e de sua validade. A autora perdeu e só não arcou com as custas graças a gratuidade concedida pela justiça.
Está ai caracterizada a importância de uma perícia ou assistência técnica bem feita.
Uma torta industrializada foi responsável pelo surto de botulismo em um paciente de 59 anos após a ingestão do produto.
A fiscalização da Vigilância Sanitária apontou falhas importantes nas etapas do preparo das tortas, e os principais pontos críticos observados foram: ausência de controle de qualidade no recebimento e utilização das matérias-primas; resfriamento do recheio em temperatura ambiente por tempo prolongado em suas várias etapas de preparação; conservação do produto acabado em temperatura inadequada por tempo prolongado e ausência de informação sobre o modo de conservação e consumo do produto (como reaquecer antes de consumir).
O estabelecimento também apresentou problemas sanitários estruturais, falta de manual de boas práticas além de falta de registro de procedimentos realizados, tais como medições de temperatura e outros controles necessários para garantir a segurança dos alimentos.
O caso em questão indica, também, a necessidade premente de se ampliar as ações sanitárias com alertas, sobre os riscos oferecidos por determinados produtos, inclusive os assados, com recheios ou coberturas, que usualmente são conservados sem refrigeração no balcão de venda de estabelecimentos comerciais, como supermercados, padarias, rotisseries etc. Maior ênfase deve ser dada à educação em saúde para o consumidor, seja quanto aos riscos de determinados alimentos e requisitos a se observar no momento de adquirir produtos preparados ou quanto aos cuidados de conservação e consumo dos mesmos em casa, para se evitar doenças como o botulismo, diarréia e outras intoxicações.
O paciente V.G.P.O., 21 anos, sexo masculino, residente em Atibaia (SP), apresentou, no dia 30/1/06, os primeiros sintomas, como náusea, vômito e diarréia, tendo procurado hospital .Em 31/1, o quadro piorou com o aparecimento visão turva, visão dupla, ptose palpebral, disfonia, boca seca, diarréia, vômitos em jato, mal-estar/fraqueza, sudorese; voltou ao hospital local, tendo sido encaminhado para neurologista em São Paulo Foi transferido para o HC/FMUSP em 2/2/06. Evoluiu com disfagia, flacidez descendente de membros e insuficiência respiratória, necessitando de ventilação mecânica. O soro foi aplicado em 2/2/06. Em 20/2/06, o paciente encontrava-se extubado, tentando sentar-se e em bom estado geral, não conseguindo ainda falar.
Apresentou a seguinte história alimentar, fornecida pela família, referente à semana antecedente aos sinais e sintomas: pizza com palmito e champignon em 24/1/06 (não referido se pizza comercial ou não); carne de panela com champignon e churrascada no dia 21/1/06; uso freqüente de champignons na comida (não informado quais marcas); “molho” com presunto e milho em conserva preparado em casa de amigo, no dia 25/1/2006; lingüiça calabresa (industrializada), macarrão e torta comercial de frango com requeijão, consumidos em casa, em 29/1/06.
A família do paciente informou que a torta de frango com requeijão foi adquirida de um supermercado da cidade, no dia 27/1/06, entre 12 e 13 horas, tendo sido deixada em cima da mesa. Informou também que na nota fiscal constava “torta de palmito”, embora fosse de “frango e requeijão”. No dia seguinte, por volta das 10 horas da manhã, dois parentes comeram, cada um, uma pequena porção da torta, esquentada previamente no forninho. Identificaram que o gosto estava muito ruim, sendo que um dos parentes apresentou diarréia no dia seguinte, melhorando espontaneamente. A torta permaneceu em cima da mesa, fora da geladeira. Ao chegar da praia, o paciente V.G.P.O. ingeriu quase todo o produto, provavelmente sem aquecer.
Informou-se, também, que a torta foi comprada já assada do referido supermercado, sendo que a mesma encontrava-se, no estabelecimento, em balcão de venda, não-refrigerada ou aquecida.
Os restos da torta de frango com requeijão, recolhidas do lixo da residência do paciente, foram encaminhadas ao IAL para os testes específicos de botulismo. Toxina botulínica tipo A foi encontrada no soro do paciente (laudo IAL emitido em 17/2/06), assim como no recheio analisado das sobras da torta; não foram encontradas fibras de palmito na amostra analisada (somente frango e requeijão). Não foi encontrada toxina botulínica na lingüiça.
A análise de produtos hortícola importados da China foi o meu mais recente caso de perícia na Receita Federal do Brasil. O importador havia importado tomate seco em flocos, cenoura em flocos, espinafre em pó e pimentão vermelho e verde em flocos. A pericia era para verificar se esses produtos eram puros ou misturados a outro ingredientes, o que muda a classificação fiscal e consequente taxa de imposto. Eu precisei realizar analise laboratorial e após pesquisar os diversos laboratórios, consegui encaminhar as amostras para o ITAL, no Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos. Foi realizada a análise para detecção de elementos histológicos característicos de cada espécie. Agradeço imensamente os técnicos do ITAL e recomendo.
Essa foto é de uma perícia da Receita federal do Brasil para verificação sobre a qualidade da alcaparra importada do Marrocos. A dúvida do fiscal era sobre a possibilidade de consumo da alcaparra no estado em que foi importada ou se seria necessário algum processamento anterior para torná-la própria para consumo. A amostra foi encaminhada para o laboratório Tvu Sud SFDK que realizou análise físico-química da concentração de Cloreto de Sódio. A análise permitiu concluir que as acaparras apresentavam um teor de sal 80% mais alto que o recomendado, sendo necessário seu processamento para adequar seu consumo. Tais fatos diferenciam a taxa de imposto cobrado entre o produto pronto para consumo e o produto que ainda deverá sofrer algum processo industrial.
O Ibama faz um alerta para que a população não consuma carne de tatu, que pode provocar micose pulmonar e, de acordo com pesquisas recentes nos Estados Unidos e Espírito Santo, no Brasil, os bichos são depósitos de micróbio transmissor da hanseníase.
Além disso, o tatu ainda é reservatório da Doença de Chagas e de outras verminoses.
As investigações mostraram que dois laticínios, sediadas no município de São Pedro da Serra (103 km distante de Porto Alegre), adulteravam os seus produtos e descuidavam de aspectos técnicos e da higiene. Segundo a perícia realizada pelo Laboratório Nacional Agropecuário do Rio Grande do Sul (Lanagro-RS), além das falhas e deficiências na realização de análises físico-químicas e de fraude no leite recebido, os laticínios adicionavam água e amido de milho no leite, para fazer “volume”. Mas as irregularidades não paravam por aí: ainda misturavam água oxigenada e ácido sórbico, para “aumentar o tempo de validade” dos produtos lácteos.
Não é incomum o atendimento de denuncias pela vigilância sanitária de presença de cobras em produtos vegetais. Já foi encontrado em hortaliças também.
Nesses casos, o ponto de venda normalmente não tem responsabilidade direta pois muito provável, que a cobra tenha sido ensacada junto com as laranjas, no campo.
A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou nesta terça-feira (6) que foram encontrados fungos, bactérias e possibilidade de pragas quarentenárias (que não existem no Brasil) em pacotes de sementes não solicitados que chegaram ao país e foram encaminhados ao Ministério.Leiam a materia!
Laranja, pimentão e goiaba: alimentos campeões de agrotóxicos acima do limite
Saiba quais são os alimentos com mais agrotóxicos proibidos ou acima do volume permitido e aqueles que oferecem risco imediato à saúde do consumidor. Cálculo de intoxicação da Anvisa ignora crianças com menos de 10 anos
O governo Português autorizou quase 750 mil euros até 2021 para investimento em tecnologias de controle dos alimentos feitos pela Autoridade de Segurança Alimentar e Econômica, dentro do Projeto ID Crisis, que é uma capacitação nacional para respostas de crises alimentares.
A BiteLabs produz salame artesanal fino de carne cultivada em laboratório a partir de amostras de tecidos de celebridades, obtidos por biopsia.
Essa matéria me fez pensar nas questões relacionadas ao Food Defense e as recomendações para evitar ataques.
Essa matéria me fez pensar nas questões relacionadas ao Food Defense e a falta de capacitação de muitos empreendedores que lidam com alimentos e bebidas
Me impressiona a capacidade humana de infringir regras e de faltar com respeito às religiões. Leiam o artigo!
Interessante as tecnologias que podem ser utilizadas para detecção de fraudes. O kit desenvolvido pode detectar imediatamente a fraude. Leiam!
É seguro pedir mesmo? A European Food Safety Authority (EFSA), já afirmou que não há evidências de que alimentos sejam fontes e muito menos rotas de transmissão do vírus. O cuidado deve acontecer mesmo com as embalagens e entregadores.